quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

0 JORNADA ATACAMA - DIA 6

Dia 6 : 23.02.2011

Etapa I - Chañaral-CH a Antofagasta-CH
Distância Percorrida : Asfalto: 470km, Cascalho:45km,Total :515km

O plano refeito para esse trecho previa somente estrada pavimentada, pelas Rota 1 e Rota 5 (Panamericana), mas vimos que existia um grande parque chamado Pan de Açucar ao norte de Chañaral, que poderia ser percorrido em trecho  de cascalho com 45km, que nos informaram ser muito boa.
Decidimos conhecer esse parque já que tinhamos tempo suficiente para chegar a Antofagasta, e o trecho não apresentaria nenhuma coisa interessante alem do próprio deserto e logicamente de ter o vento na cara acelerando as KTM. A Rota 1 seguia pela costa, enquanto a Rota 5 mais pelo interior. Nos pareceu mais interessante ir pela Rota 1 e poder desfrutar do Oceano Pacifico a nossa esquerda e do deserto a nossa direita.
Antes de colocarmos nossas máquinas novamente na estrada, lubrificamos as correntes já que haviamos rodado mais de 1000 km desde Santiago e ainda com o sol se espreguiçando nas montanhas a oeste.

Vocês devem estar se perguntando sobre o tanque reserva azul, que aparece na rabeta da moto, ajeitado não?..São vendidos nos Postos de Combustível COPEC, com alternativas de 10 litros ou 20 litros.
Estavamos levando um de 20 litros cada um, para poder enfrentar os trechos com mais de 500km sem reabastecimento que encontrariamos possilvelmente após San Pedro de Atacama.
Por enquanto não haviamos encontrado nenhum problema em reabastecer nossas bikes, que tinham um consumo médio de 15km / litro. Como seus tanques levam somente 20 litros, nossa autonomia era cerca de 250km a 300km., assim sempre estavamos alertas com a possibilidade de falta de gasolina, mesmo em zonas mais povoadas, lembram-se do que aconteceu em Los Vilos..
Saímos em direção ao Parque Pão de Açucar por uma estrada que se alternava entre cascalho e terra batida, muito boa realmente.


Já a paisagem era algo realmente de novo algo muito diferente, totalmente sem vegetação mesmo tendo o mar contornando a costa, com formações rochosas que pareciam brotar do solo arenoso. As vezes  podia se ver pequenas barracas de pessoas que aproveitavam para acampar em pequenas praias de areias brancas que esporadicamente aparareciam entre as formações rochosas.
Em uma praia muito bonita, existe uma área de camping, com alguma infra-estrutura para os campistas, que podem utilizar suas próprias barracas ou pequenas cabanas que estão instaladas ali. Embora numa área sem vegetação alguma, pernoitar nesse ambiente deve ser uma experiência que vale a pena.
Não demorou muito e chegamos a um local onde apareceu um pouco de verde e uma
trilha  de areia que levava a uma a área de proteção de Guanacos.
Sem nenhum atrativo diferenciado do que já haviamos visto, decidimos seguir em frente e não se aventurar pela trilha.
Atravessamos todo o parque na excelente estrada de terra batida até encontramos a Rota 5, conhecida tambem como Rodovia Pan Americana.
Nesse trecho ela já não é mais pista dupla, mas muito bem conservada e com trafico bastante intenso.
Tomamos o sentido norte e o tanque reserva do Michael teimava em não ficar quieto na rabeta de sua bike, paramos para mais uma ajeitada e encontramos umas tabuas de madeira que pareciam feitas para servir de suporte ao tanque.
Estavamos para voltar a pista quando chegou o guincho enorme dos amigos que encontramos no hotel de Chañaral. O Michael tinha conhecido o Hugo , motorista do caminhão e o Marco que ia numa caminhonete de apoio.
Quando nos viram no estacionamento nos reconheceram e pararam para ver se necessitavamos de ajuda. Eles tinham saído bem mais cedo do que nós, mas tinhamvindo direto pela Rota 5.
Aproveitamos para tirar algumas fotos e saber mais da grua, tinha capacidade de 450 Ton. e elevação de 60m, podendo chegar a 145m com acessorios. Tinha sido comprada por uma mina de cobre proximo a Calama.
Eles seguiriam pela Rota 5  até Antofagasta enquanto nós iriamos tomar  a Rota 1 um pouco a frente , para seguir pelo litoral. Nos despedimos  e acelerando pelo deserto logo chegamos ao entrocamento da Rota 5 com a Rota 1.
Pela Rota 1 , encontramos o mar de novo e chegamos a Taltal, cidade pequena que ficava numa baia circundada de montanhas completamente sem vegetação.
Seguimos em frente e o cenário se repetia com pequenas variações, a esquerda o Oceano Pacífico com todo seu azul e a direita montanhas desnudas que mesclavam cinza com marrom claro.
Quando aparecia uma praia, podia se ver alguma infra-estrutura para os banhistas mais corajosos que se arriscavam nas aguas geladas.
Uns 50 km depois de Taltal, num entrocamento proximo a Paposo, a Rota 1 que era de bom asfalto acabou e transformou-se em cascalho.
Mas ainda faltavam mais 100km até Antofagasta.
A duvida bateu seguir pela Rota 1 por mais ou menos 100km em cascalho,ou tomar no entrocamento a estrada asfaltada que nos levaria a Rota 5 um pouco antes de Antofagasta.
Nisso chegou um carro vindo pela Rota 1, perguntamos sobre as condições da estrada pelo que prontamente nos disse que as motos passariam, assim decidimos seguir em frente.
A estrada de cascalho foi piorando, embora em condições de acelerar nossas bikes, mas a lembrança de Los Cobres me deixava preocupado.
Alguns kilometros a frente encontramos um Jeep Cherokee em sentido contrário. Um casal de chilenos que tambem havia queria seguir pela rota 1 até Antofagasta nos informou então que estava voltando por que as condições da estrada mais a frente eram péssimas, e ele mesmo com o Jeep não via condições de trafegar.
Ufh, desta escapamos, mais uma vez informações desencontradas sobre condições das estradas.
Voltamos e logo chegamos ao entrocamento onde tomamos uma estrada novissima, com traçado em curvas em subida, no meio de montanhas não muito altas mas de um colorido mais "alegre".
Aos poucos fomos identificando que se tratava de uma area de muitas minas de cobre, até tentamos entrar em uma delas, mas infelizmente não deu, mas fotos tiramos...heheh
Quando terminou o trecho de subida e curvas, chegamos numa planície que em alguns trechos apareciam pedra sobre um solo arenoso, dando a impressão que era uma "plantação de pedras", caprichos da natureza.
  Chegamos ao entrocamento com a Rota 5 e tomamos a esquerda no sentido de Antofagasta, mas ainda nos faltava o grande troféu deste trecho, o encontro com o monumento "La Mano del Desierto" que ficava as margens da estrada.
Simbolo de nossa viagem, esse monumento é obra do artista chileno Mario Irarrázabal Covarrubias.
Concluída em Outubro de 1992 , tornou-se um simbolo da regiao do Deserto do Atacama.
Já estavamos a cerca de 40km de Antofagasta e nada da Mano, paramos para reabastecer e perguntamos quanto kilometros faltavam e ai a boa nóticia, não faltava, na realidade ela tinha ficado para tras, pois o entroncamento encontrou a Rota 5 após a Mano.
Portanto tinhamos que voltar cerca de 50km para encontrá-la, bom seria por mais 100km em nossas bundas que não iriamos ver ao vivo e a cores La Mano. Lá fomos nós, pagamos pela nossa desatenção, aliás o Michael pagou duas vezes, esqueceu de fechar o ziper de sua bolsa e perdeu sua bussola nesse trecho.
Acelerando pela Rota 5 La Mano não chegava, nossa anciedade fazia com que o trecho ficasse longo, mas de repente ao longe já foi possível avistá-la.
Cameras filmadoras a postos, fomos chegando, chegando, chegando, era muito bonito ver aquela mão humana emergindo do solo desertico era impactante.
Alguns turista se postavam diante dela para sessão obrigatória de fotos com várias poses e gestos.
Aguardamos que todos saíssem e então posicionamos nossas KTMs na mesma posição que tinhamos desenhado no nosso logo da Jornada Atacama.
Ficamos lá, para várias poses e fotos, até que os outros turisticas que haviam chegado, começassem a se incomodar e dar sinais que já estava na hora de cedermos o lugar.















































De alma lavada voltamos a Rota 5 no sentido de Antofagasta, onde iriamos pernoitar.
Ainda tentamos encontrar a bussóla de Michael, mas sem sucesso, infelizmente.
Chegamos a Antofagasta ainda com muito sol, a cidade portuária grande e bonita.
Logo nos alojamos em um bom hotel com preço razoável e o calor nos convidava para uma boa cerveja.
Convite que foi logo aceito, bastou um banho e já estavamos com nossas bikes, circulando pelas ruas de Antofagasta. Com centro comercial bastante agitado, percebia-se uma cidade dinâmica e moderna.  Num grande Shopping Center, aproveitamos para trocar um pouco mais de Pesos Chilenos. Tentamos encontrar uma bussola mas parece que o pessoal por aqui não usa muito esse tipo de equipamento não. Continuamos aproveitando o final da tarde para circular com nossas KTMs até encontrarmos uma choperia chamada Bundes Schop.
Nada mais convincente para nós, alí paramos e fomos matar a sede. O serviço da choperia era do tipo de chopp por metro, bom nada melhor para aquela hora.
Fomos atendidos por uma garçonete muito atenciosa e simpática, diferente das demais que eram um pouco ríspidas e diretas. Mais tarde descobrimos que ela não era chilena, era argentina de Salta.

Assim terminamos esse trecho de nossa jornada, num dia que como diz o Michael, fizemos com "meia bunda",Das sitzten wir auf der linken Arschbacke ab.

0 comentários:

Postar um comentário

 

MERCOSUR MOTO CLUB Copyright © 2011 O | Powered by Blogger Templates