terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

0 JORNADA ATACAMA - DIA 5

Dia 5 : 22.02.2011
Etapa I - Los Brozes-CH a Chañaral-CH
Distância Percorrida : Asfalto :315km Cascalho:40km Total :355

O dia amanheceu as 6:30h, eu e Michael já nos remexiamos na cama depois de uma noite muito bem dormida.
A casa permanecia em silencio, ou seja dona Miriam nao havia se levando ainda, mas os dois litros de Coca Cola mais as varias cervejas já nos precionavam havia muito tempo para uma visita ao banheiro,nossas bexigas estavam estourando,.. mas onde ficava o banheiro? , não tinhamos nenhuma idéia.
Nossa Pousada em Los Bronzes
E Dona Miriam não se levantava!!!...não deu para segurar e saimos para fora e aliviamos a pressão na praia mesmo...ahhh.
O dia começava a amanhecer e pudemos então ver com mais detalhes onde estávamos.
Nossas bikes estavam lá, nos esperando cobertas pelo orvalho da noite.
Na realidade não havia praia, mas uma costa bastante irregular, repleta de pedras  com um caminho de cascalho  ligando as diversas casas que formavam a comunidade de Los Bronzes.

Los Bronzes

Algas Marinhas

Pudemos então conhecer as famosas algas,fonte de sustento de todas aquelas familias que havíamos conhecido pelo caminho de cerca de 30 km pela costa.
Eram pequenos fardos de aproximadamente um metro de diametro por um metro de altura, que ficavam secando ao sol, até que um caminhão viesse buscá-los o que ocorria de uma a duas vezes ao mês.
Esses fardos de algas eram vendidos a $100 Pesos por quilo, cada fardo de alga pesava cerca de 50kg, o que rendia cerca de US$10 por fardo.
De acordo com David, quase 100% da produção era exportada para o Japão, que utiliza para produção desde de nylon biodegradável a cosméticos.
Enquanto faziamos o reconhecimento da área, Dona Miriam já havia se levantado e nos preparava o café da manhã, com direito a ovos fritos, café e pão com manteiga.
David e Senhor José se juntaram a nós e com o dia já claro, nos despedimos dessa familia que nos deu uma lição de solidariedade e hospitalidade.
Finalmente a estrada de cascalho
Senhor José ainda pegou sua caminhonete e nos conduziu por entre um emaranhado de caminhos até o início da estrada de cascalho que nos levaria até Huasco Bajo.
Não era uma estrada de cascalho  das melhores mas pudemos desenvolver bom ritmo nos seus 40km e logo chegarmos a Huasco.
Cidade portuária pequena, com uma industria em sua baia que poluía bastante o ar da baia onde estava instalada, não tivemos tempo de pesquisar mais detalhes já que tinhamos que recuperar o atraso do dia anterior.
Huasco
Primeira Cerveja do dia - Huasco
Aproveitamos  para tomar uma cerveja matinal e tambem mandar mensagens para nossas famílias, que como imaginávamos estavam preocupadas com falta de noticias no dia anterior.
 Para entender melhor o que havia ocorrido conosco no dia anterior vejam no detalhe do mapa abaixo onde tomamos direçõe erradas que nos levaram a não chegar ao destino planejado, Taltal, mas que nos proporcionou essa inesquecível experiência de ter convivido, mesmo que por só uma noite, com Dona Mirian e sua família. Nosso primeiro erro foi quando alguns quilometros após Punta los Choros, tomamos a esquerda a rota C496, seguindo orientação do motorista da caminhonete, quando o correto teria sido mais a frente e tomando estrada de cascalho com destino a Maltencillo.
O mapa dos erros
O segundo erro foi seguir orientação do meu chará Sr. Wilson e continuar na trilha costeira acreditando que a estrada de cascalho para La Fraguita existisse, ela não passa de um caminho entre as dunas, só transitável para cavalos.
Lição aprendida a partir de agora seríamos mais críticos com informações mesmo dos grandes "conhecedores" locais, pois embora não tivessemos nenhum problema de comunicação, fomos levados a caminhos totalmente diferente daqueles que queríamos.
Além disso, ter sempre agua ou algum tipo de liquido para beber e algo para comer como biscoitos, barra de cereais, etc, independente de onde estivéssemos, passou a ser regra.
Tinhamos nos atrasado cerca de 300km em relação ao plano original, assim deveríamos ajustar o plano do dia de hoje para podermos nos voltar novamente  ao planejado.
Decidimos então chegar até Chañaral a 280 km de Huasco pela via costeira C326, asfaltada e inaugurada a pouco tempo, até Caldera e de lá até Chañaral pela Rota 5.


Voltando a Rota


Embora essa estrada percorresse caminho bem próximo a costa do Oceano Pacífico, a região era seca e desertica, um cenário muito estranho para nós.
De vez em quando aparecia um povoado no meio de praticamente nada, um em particular nos chamou a atenção, Puerto Viejo. Localizado numa pequena baia, era um agromerado de pequena casas coloridas, que se destacavam no meio de suas ruas de areia. Sua aparência nos impressionou e também nos intrigou muito, pois afinal do que vivia aquela comunidade? não vimos nada mais do que aquelas casinhas e uma Igreja. Não existiam barcos, porto, industria, nada.

Puerto Viejo



Seguimos intrigados nosso caminho,  não demorou muito e chegamos a Bahia Inglesa, cidade tambem pequena mas totalmente diferente de Puerto Viejo.
Embora tambem enclavada no mesmo tipo de ambiente desertico, já era um balneário frequentado por muitas familias que desfrutavam os ultimos dias das férias escolares em praias de areias deslumbrantes que contrastavam com o mar azul turquesa, davam um ar muito charmoso ao local.
Algumas piscinas naturais formadas por  arrecifes bem próximos a costa, convidavam a um banho de mar.
A avenida a beira mar com estrutura de hoteis e restaurantes estava agitada com turistas circulando por todos os lados.
Com um cenário desses, não resisitimos e  resolvemos almoçar alí, desfrutando de bons frutos do mar e logicamente de uma Kunstmann Torobayo.

Bahia Inglesa

Precisa legenda ?


   












Bahia Inglesa


Mas ainda tinhamos estrada pela frete até Chañaral, mas como diz meu amigo Michael:  "Das sitzten wir auf der linken Arschbacke ab", que ele me traduziu mais ou menos assim : usando só meia bunda chegariamos logo lá.
Depois de uma volta por Bahia Inglesa, nossas KTM na estrada de novo e logo chegamos a Caldera onde iríamos tomar a Rota 5.
Caldera é uma pequena cidade portuária muito tranquila,  limpa com ruas largas e uma avenida a beira mar com varios quiosques e bares.
Caldera : Olha a tranquilidade do cachorro.
Caldera.
 Voltamos para a estrada, agora na Rota 5 com destino a Chañaral onde iríamos encerrar esse dia.
Cerca de 100km depois chegamos e mais uma vez surpresa, Chañaral era totalmente diferente de Caldera e Bahia Inglesa.
Cidade mineira, ficava aos pés de  montanhas e o mar com um praia de enorme profundidade. O vento forte levantava uma poeira que parecia cobrir toda a cidade.
Começamos a busca por um Hotel e não foi dificil encontrar um que nos agradasse embora não existissem muitas alternativas.
Por coincidência ficava ao lado de um restaurante chinês, o primeiro que vimos desde que saímos de Santiago, de novo algo intrigante, como e por que chineses tinham vindo se instalar aqui?.
Me fez lembrar tambem de grandes amigos chineses que acabei fazendo em minhas recentes viagens a China, mas que não me permitem entender absolutamente nada do que estava escrito em mandarim.
Entrando no hotel encontramos também os motoristas de um guincho gigantesto (obviamente de fabricação alemã..essa é do Michael..hehe) que já tínhamos admirados no posto perto do hotel.
Michael bate um papo com eles e eles  dizem  preferir as paisagens do norte da Chile às do  Sul, porque o sul é somente verde, enquanto o deserto é muito mais colorido.
Ficamos sem entender, deserto colorido !!! mas alguns dias depois iriamos ver que eles tinham razão.
Após jantarmos próximo ao hotel, não foi no restaurante chinês,encerramos esse trecho de nossa Jornada, indo para a cama mais cedo para recuperar nossas forças e nos prepararmos para o sexto dia, que prometia um grande encontro, com la Mano del Desierto.


Chañaral
Chañaral

Chañaral
 

Chañaral



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