0 O SONHO DO CHICO

30.06.2011Distancia Percorrida : 240km

CB350 1973 - tudo comecou com ela

A paixao pela velocidade dos sete filhos do Sr. Wilson é genética, agora por motocicleta acho que eu sou o responsável.

Eu o irmão mais velho, fui o primeiro a entrar em casa com duas rodas, uma Honda CB350 1973.
Bom, enquanto pai, mãe, avós, tios, vizinhos, etc. horrorizados, rezavam para eu  abandonar aquela loucura, meus irmãos e eu estavamos a cada dia mais maravilhados com as emoções que ela nos proporcionava...era muito melhor do que os rachas de carro., "puxar" uma marcha com ela inclinada numa curva era delirante e motivo para longas conversas depois. 
De todos o CHICO, na época com 15 anos,  era o mais entusiamado,  ele era capaz de passar horas e horas só contemplando ou limpando a CB, mesmo que já estivesse impecavelmente limpa, ele ficava lá, polindo, polindo.
O tempo passou, e a CB350, multiplicou-se em CB500, CG125, RD150, ML125.Teneres, todos acabaram um dia tendo sua própria duas rodas para se "divertir".
Para alguns,o tempo acabou apagando ou diminuindo aquela paixão inicial, mas não a do CHICO.
Ele, como todos cresceram, formaram familias, outras responsabilidades, outras necessidades, e parecia que as motos tinham ficado em segundo, talvez ultimo plano.

Eu, CHICO e nossas novas bykes

Puro engano, bastou eu novamentedepois de longo tempo  colocar novamente uma duas rodas na garagem, para que aquele fogo voltasse ainda mais forte.
Em Outubro de 2008 comprei uma CB1300, e logo em seguida o CHICO comprou sua Bandit 1250, parece que tudo estava começando de novo.
As novas motos eram um sonho, os motores "four" com seu ronco ainda são nossos preferidos.
Bom agora era hora de desfrutar essas novas maravilhas. Eu consegui realizar sonhos que pareciam impossiveis, fui para Argentina, Chile, Atacama, Uruguai,
O CHICO ainda nao chegou a me acompanhar em  uma dessas Jornadas, que ele gosta tambem, mas ele sempre me dizia que o sonho dele mesmo era ter uma Hayabusa.
Hoje o SONHO DO CHICO se realizou, e eu tive o prazer de fazer uma "pontinha" nele.
Depois de dois anos sonhando, ele comprou a sua Hayabusa em Piracicaba e como ele mora em Jundiai precisava de alguem para levá-lo ate lá para busca-la., não preciso dizer quem foi que levou o CHICO ao encontro de seu sonho.
As 9:15h, eu estava na porta de sua casa, nao precisei bater ele estava esperando ancioso no jardim da casa.
De Jundiai a Piracicaba são pouco mais de 100km, que percorremos tranquilamente, bom eu, o CHICO inquieto todo o tempo.

Chegamos a agencia Suzuki e dentre todas as motos em exposição uma na cor branca se destacava, era ela a Hayabusa do CHICO.Agora faltava pouco, muito pouco, era só assinar a papelada, receber instrúções para realizar aquele sonho contido por muito tempo e que agora parecendo um milagre se realizava.

Enquando aguardavamos a papelada sair, aproveitamos para namorar aquela preciosidade, com muitas poses e fotos como testemunha. Eu aproveitei e tambem entrei nesse SONHO DO CHICO.

 Finalmente tinha chegado a grande hora, CHICO coloca a jaqueta o capacete as luvas, se acomoda no banco dela, liga a chave fica olhando o painel iluminado como se nao estivesse acreditando e finalmente aciona a partida do motor.

Um ronco suave mas cheio do motor de 197 HP e 1300cc se faz ouvir por toda a loja, onde todas as pessoas presentes pararam para ver a saida do CHICO.

Ele sai pela calçada e acelera seu sonho em direção a rua, mas logo a frente entra no posto para fazer a primeira abastecida.

Ja se mostrava mais relaxado, com um sorriso que teimava em não deixar seu rosto.

Tanque cheio, agora teria que enfrentar o transito das ruas de Piracicaba ate alcançar a rodovia em direção a Jundiai.

Seguia com todo cuidado, e a Hayabusa branca chamava a atenção por onde passava.

Mas assim que entrou na rodovia dos Bandeirantes, parou e fez sinal para mim que o estava acompanhando atras, esperando que ele então fosse dar uma esticada, ja que ate ali ele nao tinha passado dos 100km/h.

Ele estava fazendo sinal para que eu assumisse a Hayabusa, fiquei meio sem saber o que fazer, mas ele insistiu e eu aceitei o convite fui experimentar aquela maquina.

A primeira impressão é muito boa, posição de pilotagem confortavel, aciono o motor e saio acelerando. Na primeira troca de marcha, sinto a maciez do cambio e a forte aceleração.

Muito a vontade e sentindo muita segurança, acelero um pouco mais e me assusto ao olhar no velocimetro, nao vou dizer a quanto chegou..mas estou certo que voces podem imaginar.

Espero o Chico chegar e ele com maquina fotografica em uma das maos nao se cansa de tirar fotos do seu SONHO.

Assim fomos uns 20km, entao dei sinal para parar no proximo posto de serviço, queria que o CHICO voltasse ao seu SONHO.

Paramos e ele ainda com a maquina fotografica continuava tirando fotos.

Aproveitamos a parada para um café e logicamente conversarmos sobre as primeiras impressões da Hayabusa...era só alegria.

CHICO então assumiu novamente a pilotagem e acelerou sua Hayabusa pela Bandeirantes até Jundiai, onde iria dara andamento ao documentos para garantir o final de semana com a companhia de sua Hayabusa, que agora ja nao era mais seu SONHO, era real e estaria fazendo parte de sua vida como companheira de muitas outras realizações e com certeza tornariam realidade muitos outros sonhos....

VALEU CHICO...

1 MOTOCADA JUNINA

25 e 26 Junho 2011

Distancia Percorida : Asfalto : 789km ;  Terra : 8km ; Total : 797km

Sem poder fazer uma "ponte" no feriado de Corpus Christi, Michael teve a idéia de fazermos uma motocada curta de dois dias, 25 e 26 de Julho, afinal depois de nossa Jornada Atacama ainda não tinhamos colocado nossas bikes na estrada.

Assim no inicio de Junho já começamos a "tramar" nossa aventura, Michael convidou os amigos Romeu e Martin e eu meu irmão Chico.

A ideia inicial era irmos no Sabado dia 26, até Aguas de Lindoia, onde estaria ocorrendo o XV Encontro Paulista de Autos Antigos  (http://encontropaulista.web285.uni5.net/), e de lá seguirmos para algum lugar em Minas Gerais ou Brotas em São Paulo, onde pousaríamos para regressar no domingo dia 27.

Começamos a dar corpo nessa ideia, mas todos nós, infelizmente, estivemos muito ocupados e o roteiro final acabou saindo mesmo na sexta feira dia 25 a noite.
Nossos amigos por motivos diversos, não puderam nos acompanhar, e assim eu e Michael no dia 25 de manhã iniciamos nossa Motocada Junina, ele saíndo de Atibaia e eu de Campinas.
No roteiro alem da ideia inicial,
incluimos uma visita ao Museu de Aviação da Tam e um "raftingzinho" básico em Brotas.
Afinal iriamos rodar somente 860km e tinhamos então que arrumar algumas coisas para preencher nosso tempo...
Usando o nosso knowhow de planejamento de longas viagens, ficou facil montar o roteiro., que ficou até satisfatório.

As 7:30h da manhã ja estou abastecendo minha CBZona no posto perto de casa e o cenário já pede pela primeira foto, um Ipê roxo dava o tom de como seria nosso final de semana.

Um pouco atrasado, acelero pela rodovia D.Pedro I, o combinado era encontrar o Michael as 8:00h no trevo de  Itatiba.

O sol ainda nao havia se mostrado com toda sua grandeza e um frio de começo de inverno se fazia sentir.

A estrada estava ótima, quase sem transito e a CBzona pedindo gas....mas o risco de radares e a lembraça das ultimas multas continham um "pouco" a mão direita..heheh.

Logo estava passando pelo pedágio, onde moto paga também e não é pouco não, R$2,60. A minha nova bolsa de tanque facilitou a busca pelo dinheiro.

Sai acelerando com vontade, o escapamento quebrava o sossego do lugar com o ronco dos 4 cilindros da CBzona ecoando bonito, nas tive que aliviar poucos metros a frente...lá estava um policial rodoviário sinalizando para eu parar..aiaiaiiaiii..será que já ia inaugurar o placar de multas do dia?

Nada disso o policial era gente fina, só estava fazendo verificação de documentação e alegre porque estaria de folga no dia seguinte...não deu otra , entrou no album de fotos da motocada.heheh..

Bom, agora não dava mais mesmo, ia chegar atrasado no trevo de Itatiba.

O sol já dava as caras, e o frio nao incomodava mais, então acelerando um "pouquinho" mais forte consegui recuperar um quase todo o atraso e pontualmente as 8:05h eu estava estacionando a CBzona no acostamento da rodovia SP360. O Michael não havia chegado ainda. Quando estava pegando o celular para chamá-lo ela aparece com sua VStrom DL1000, velha conhecida de nossa Jornada Chile.

Sem mais delongas fomos logo para a pista em direção a Morungaba, um trecho de boas curvas nos esperava.

Agora o transito já era mais acentuado e tambem a neblina tornavam o trecho interessante.

 Primeira parada em Morungaba, a VStrom precisava de combustivel, aliás êta moto que gosta de uma gasosa..heheh, olhem quem estava no posto para nos recepcionar...

Tudo pronto, agora a próxima parada só em Aguas de Lindoia.

Já curtindo um dia ensolarado, passamos pelas várias cidades no caminho que se apresentavam cheias de turistas pelas ruas desfrutando dos ultimos dias do feriado prolongado., Amparo, Serra Negra, Lindoia e la estavamos nós no nosso primeiro destino planejado, Aguas de Lindoia.

Logo chegamos ao local da exposição, um lindo parque que estava totalmente tomado pela exposição, que era muito grande mesmo.

 

Não estavamos esperando um evento desse porte, tanto que em nosso plano original tinhamos dedicado somente duas horas para  ele.

Bom para quem gosta de automóvel, é realmente um evento espetacular, havia de tudo, carros, caminhões, onibus, de várias épocas e modelos. 

Par encurtar a história acabamos ficando 4 horas vendo aquelas maravilhas da historia do automóvel. Vejam algumas delas.

 

Saímos de Aguas de Lindoia com destino a Andradas com mais de duas horas de atraso em relação ao planejado, mas cada minuto de atraso tinha valido a pena, na proxima vez vamos reservar no mínimo uma tarde ou uma manhã inteira para esse evento.

Nosso próximo destino agora era Andradas-MG, mas pasando por várias cidades de Minas Gerais.

Passamos por Monte Siao, Ouro Fino, Jacutinga onde soubemos que teriamos que enfrentar 8 quilometros de terra para chegar a Espirito Santo do Pinha.....terra..ôpa isso não é nada bom para que esta de CB1300.

Mas nos garantiram que a estrada era batida, e eu não teria problema para passar.

Lá fomos nós, passamos por alguns vilarejos e logo chegamos a estrada de terra.

Era de bem batida e movimentada. O Michael com a VStrong estava gostando da brincadeira e logo me deixou para tras. A CBia bem, mas tinha muita ondulação tipo"costela de vaca", ai eu tinha que diminuir o ritmo.

O cenario era muito bonito e bucólico, estavamos atravessando fazendas típicas das minas gerais..

Mas a divertida estrada de terra acabou , e voltamos ao alfalto e logo chegamos a Espirito Santo do Pinhal, de novo no estado de São Paulo.

Ai pegamos uma boa estrada, a SP346 que nos levou ate a divisa de Minas Gerais novamente, passando antes pela cidadezinha de Santo Antonio do Jardim.

Na divisa com MG a estrada passa a ser federal e chamada de BR146. Depois de uns 50km já estavamos em Andradas, cidade conhecida pelos amantes do voo livre, ai se encontra o Pico do Gavião. Michael já voou por aqui alguns anos atras.

Ainda estavamos com 2 horas de atraso e não pudemos desfrutar muito de Andradas, seguimos direto pela BR146 em direção a Poços de Caldas.

Chegamos lá e ja eram cerca de 17:00horas e ainda tinhamos mais de 300km, pelo roteiro planejado para chegar ate Itirapina onde planejavamos dormir.

Auf die gute Reise...Prost

Decidimos entao fazer outro caminho, mais curto em 130km e assim deveriamos estar chegando em Itirapína as 19:00h, ou seja teriamosque andarcerca de 1:30h a noite.

Em Poços de Caldas paramos para abastecer as motos e aproveitamos um barzinho ao lado do posto para tirarmos a poeira da garganta tambem.

O sol que nos havia acompanhado até agora, já se  ia e junto voltava o frio.Uma ajeitada nas jaquetas e acelerando por boas e não tao boas estradas chegamos proximos a Itirapina, e por indicação de meu sobrinho Rafael que mora em Brotas, decidimos dormir no Posto Castelo na Rodovia Washington Luis, SP310,

e dali seguir no dia seguinte para Brotas onde iriamos fazer um rafting pelo Rio Jacare Pepira ( literalmente Jacare ralado em tupi-guarani).

Chegamos ao Posto Castelo fomos conhecer sua pousada, chamada Pousadas Conde do Pinha(http://www.postocastelo.com.br/files/pousadas.html, muito charmosa, confortavel e barata e alem disso com um otimo restaurante, valeu a indicação  do Rafael.

Banho quente para tirar a friagem dos ultimos 150km rodados a noite e já estavamos prontos para um bom jantar, mas sem cerveja...hehe...o restaurante fica nas margens da SP310, portanto sem bebidas alcoolicas...heh.

Cerca de 22:30h fomos dormir, no dia seguinte iriamos levantar cedo, pois tinhamos que estar em Brotas, que ficava a 60km dali,  no maximo as 8:30h pois a saída para o rafting era as 9:00h.

Meu sobrinho Rafael, que tinha providenciado as reservas para nós, se animou e decidiu enfrentar as corredeiras e quedas do rio Jacaré Pepira com gente.

 
 

Rafael chegou no outro dia cedo pontualmente as 7:15h, e antes de tomarmos o café curtiu  nossas bikes.
Cafe tomado, bate-papo gostoso, motos na estrada, alias uma bela estrada de pista dupla, chegamos a agencia ainda antes das 8:30h.

 

Sessão de instruções básicas, com o pessoal que iria nos acompanhar e cerca de uma hora depois o onibus da agencia ja nos colocava nas margens do rio para darmos inicio ao esperado rafting.
Foram dois barcos, um com um grupo que queria um rafting com mais emoção e o outro com um grupo que estava mais a fim de um rafting "suave" não preciso dizer em qual crupo nós estavamos.!
E nada melhor para sentir o clima do que se passou por lá,  pelos video e fotos...

Chegamos de volta a Brotas, as 12:30h, ainda com tempo para almoçar ali mesmo, antes de seguir para São Carlos, onde iriamos visitar o Museu Tam.

E agora o almoço com direito a uma merecida cerveja, acompanhada de picanha & Cia.  

 












Nos despedimos de Rafael, que ficou em Brotas para curtir o resto do domingo e se preparar para o trabalho na segunda feira.
Aceleramos novamente pelo excelente pista dupla até a entrada de Itirapina, ai tomamos uma estrada secundaria que iria até Sao Carlos, e de la, iriamos pegar a SP310 novamente e sair na SP318 sentido de Ribeirao Preto, quinze quilometros a frete estava nos esperando o Museu TAM, mas só ate as 15:00h, horario limite para se chegar para visitação.
Mais uma acelerada de 70 km e faltando 10 minutos para as 15:00h estavamos no balcão do museu comprando nossos tickets. 

Tunel sob a pista de pouso do Museu....
o que nos aguardariado outro lado??

Nada...só  a pista qte a entrada do Museu..


O , 

Museu TAM muito bem instalado na antiga fábrica de tratores CBT, é um exemplo de organização e cuidado com todos os detalhes.
O acervo é espetacular, de aviões militares a reliquias da historia da aviação mundial,

As 16:00h o sistema de som do museu, informa que a visitação esta encerrrada, nos convidando para sair e retornar numa proxima oportunidade.

Ao sairmos do museu já percebemos que o tempo tinha mudado, e ao longe na direção que iriamos tomar, já se podia ver sinais de chuva, confirmando a previsão do tempo.

Retornamos a rodovia  SP 310, e nao haviamos rodado 15 quilometros e a chuva nos alcançou.

Michael precisava abastecer, entao aproveitamos e paramos no nosso conhecido Posto Castelo, onde alem de abastecer as motos tambem colocamos as capas de chuva nas bolsas e mochilas e saímos para encarar não só a chuva, mas um trafego intenso do pessoal retornava do interior no sentido Sao Paulo.

Chegamos em Campinas as 18:30h, depois de percorrer 170km com chuva, escuro da noite e pilotando grande parte do tempo nos corredores entre os carros que acumularam nao só na Washington Luis, mas tambem na Anhanguera e D.Pedro I.

Michael aproveitou para um café em Campinas antes de encarar os últimos 70 quilometros até Atibaia, e já fazendo planos para a próxima., até lá.